Os professores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) aprovaram ontem, em assembleia geral, a continuidade da greve da categoria, que já dura 72 dias, e a rejeição à proposta de negociação apresentada terça-feira (24) pelo Ministério do Planejamento. Os dois pontos foram aprovados por ampla maioria. Dentre os 236 docentes presentes, apenas três foram contrários à permanência da greve.
De acordo com o presidente da ADUFPB, Ricardo Lucena, os sindicatos conseguiram avançar na discussão, mas o Governo Federal ainda não contemplou os principais pontos das reivindicações dos docentes, principalmente no tocante à reestruturação da carreira. A assembleia aconteceu no auditório da Reitoria, em João Pessoa.
À tarde, os professores e servidores técnico-administrativos da UFPB e do IFPB e estudantes realizaram uma passeata que parou o trânsito na avenida Sérgio Guerra, principal dos Bancários. A atividade integrou a programação do 33º Encontro Nacional de Estudantes de Direito (Ened), teve concentração na UFPB e seguiu até a Praça da Paz, onde foi realizado um ato público com panfletagem.
O governo apresentou uma primeira proposta de negociação no último dia 13. Entre os principais pontos estava um reajuste salarial que variava de 12% a 45% (já somados os 4% aprovados em maio, pela Medida Provisória 568, que teve efeito retroativo a março).A paralisação das atividades dos professores federais começou no dia 17 de maio. A greve atinge 57 das 59 Universidades Federais, além de 34 dos 38 Institutos Federais de Educação Tecnológica.
O aumento seria parcelado em três anos, a vigorar em junho de 2013, maio de 2014 e março de 2015. Os professores alegaram que o maior percentual, de 45%, beneficiava uma parcela muito pequena da categoria que está no topo da carreira.
Segundo os sindicatos nacionais, com exceção desse grupo e dos docentes que estão no início de carreira, todos os demais professores teriam na verdade perdas salariais ao fim do prazo de três anos proposto pelo governo. Em reunião com o Ministério do Planejamento na segunda-feira (23), a categoria rejeitou o acordo. No dia seguinte, aconteceu outra reunião com a apresentação de uma nova proposta que elevava o reajuste mínimo de 12% para 25%.
Esse projeto continuou sendo alvo de críticas pelos sindicatos porque não atendia a principal reivindicação da categoria: a reestruturação da carreira.
Na próxima quarta-feira (1º), os sindicatos nacionais voltam a se reunir com o governo. Na UFPB, a próxima assembleia será sexta-feira (3).
Fonte: Ascom ADUFPB