Reunidos em assembleia geral, os professores da UFPB aprovaram nesta segunda-feira (31/8) a continuidade da greve que já dura 96 dias. As reuniões realizadas nos campi de João Pessoa, Areia e Bananeiras reuniram um total de 186 docentes. Desses, 159 apoiaram a manutenção do movimento, oito foram contrários e quatro se abstiveram.
Na assembleia de João Pessoa, 150 professores assinaram a lista de presença, 124 votaram pela manutenção da greve e oito votaram contra. Foram registradas, ainda, três abstenções. Em Bananeiras, foram 21 assinaturas, 20 votos em favor, nenhum contrário e uma abstenção. Em Areia, a manutenção do movimento foi aprovada por todos os 15 professores que participaram da reunião.
A próxima rodada de assembleias será realizada no dia 9 de setembro. Além da continuidade da greve, os professores aprovaram outros encaminhamentos, como o encaminhamento de Carta aos Parlamentares sobre a Proposta de Emenda Constitucional 395/2014, que trata sobre o ensino gratuito, e a realização de reuniões nos Centros de Ensino para discutir sobre a greve.
A assembleia de João pessoa foi aberta com o professor Roberto Rondon, que atuou nas últimas duas semanas como delegado da UFPB no Comando Nacional de Greve do Andes-SN, em Brasília, e deu informes sobre os eventos ocorridos lá. Ele falou sobre a audiência pública realizada no dia 20 de agosto sobre a Proposta de Emenda Constitucional 395/2014, que acaba com a gratuidade nas instituições federais.
Ele falou também sobre os atos realizados em Brasília nos dias 27 e 28, em frente aos ministérios do Planejamento e da Educação, respectivamente. Os protestos forçaram o governo reabrir a negociação que estava travada há cerca de um mês. “Os atos nos mostram a necessidade de intensificação de nossas ações para buscarmos a negociação efetiva que nos atenda minimamente”, declarou o professor Roberto Rondon.
Também foram repassados informes pelo professor Alexandre Nader. Ele falou sobre a panfletagem que foi realizada na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, na última sexta-feira (28/8). A atividade teve o apoio de estudantes e contou com boa receptividade da população que circulava pela área entre 18h e 19h30. “Alguns dos transeuntes correspondiam na verdade a membros da comunidade universitária e que nos abordavam interessados por informações, demonstrando que ainda existe gente bastante desinformada sobre a nossa greve. Foram entregue cerca de 1.400 panfletos”, explicou.
O professor Fernando Cunha deu informes sobre o 21º Grito dos Excluídos com tema geral, que acontece nesta terça-feira (1/9), com o tema “Terra, Trabalho, Opressão e Democracia”. A concentração será às 14h, no Cassino da Lagoa, no Centro de João Pessoa. O foco da ADUFPB na atividade será trabalho e perda de direitos, rejeição ao PL das terceirizações e à precarização do trabalho.
Quem também apresentou informes foi o professor Carlos Cartaxo, diretor de Cultura do Sindicato, que falou sobre o Concurso de Fotografias da ADUFPB, cujas inscrições estão abertas até 30 de setembro. O primeiro lugar receberá uma câmera filmadora e a foto será capa da Agenda ADUFPB 2016. O segundo lugar ganhará uma mochila fotográfica, e o terceiro, um tripé profissional. As demais fotos inscritas serão selecionadas e poderão ilustrar as páginas da Agenda ADUFPB 2016. Os professores que quiserem contribuir com a produção da publicação também já podem mandar sugestões de frases e poemas para o e-mail adufpb@terra.com.br.
Pauta local
Nos informes, também foi discutida as negociações da pauta local de reivindicações entregue à reitora Margareth Diniz no dia 26 de julho. De acordo com a professora Ana Lia, foi realizada em 25 de agosto uma reunião com a participação do pró-reitor de Gestão de Pessoas da UFPB, Francisco Ramalho, que justificou o atraso no envio das respostas prometidas pela reitora. Uma nova reunião foi agendada para o dia 4 de setembro, mas o Comando Local de Greve deve reagendar para estudar o documento resposta que finalmente chegou na segunda-feira, dia da assembleia.
O presidente da ADUFPB, Jaldes Meneses, apresentou a análise do CLG sobre a greve. Ele lembrou que a mensagem sobre orçamento, enviada ao Congresso na segunda-feira pela presidente, prevê déficit primário de R$ 13 bilhões a R$ 14 bilhões. “Ou seja, terceiro ano de crise de Estado. A última grande crise brasileira foi em 1983. Esta crise atual é a maior do estado brasileiro”.
Segundo ele, dois elementos se apresentam: primeiro, o absoluto fracasso do Ajuste Fiscal do Levy e, segundo, a crise estrutural da inserção da economia brasileira no cenário internacional. Jaldes afirma que a crise não é só das Universidades, mas há também uma crise estrutural e de financiamento do ensino superior brasileiro.
“Precisamos ter a dimensão da tragédia, o que está alocado para custeio das universidades e salários será conhecido hoje [segunda-feira], apresentando grande recessão. Chegou a hora da verdade com relação aos tributos no Brasil. Devemos aprovar a continuidade da greve e precisamos discutir estas questões com os docentes em reuniões por centro, na quinta e sexta, pela manhã, com assembleia no dia 9 de setembro. Na Reunião do MPOG com os representantes do Fórum dos SPF, nos foi informado que o que está consignado para o aumento dos servidores federais é 5,5% em 2016. A folha já alcançou 5% do PIB devido à diminuição da arrecadação. A Educação Superior está sem condições de funcionar nesta conjuntura”, declarou.
Agenda da greve:
Data |
Horário |
Atividade | Local |
3ª 01/09 |
9h |
Ato da UEPB | Praça dos Três Poderes |
14h |
Grito dos Excluídos | Lagoa em Frente ao Cassino | |
4ª 02/09 |
9h |
Reunião do CLG | ADUFPB |
14h |
Assembleia geral da EaD | Auditório da Fonoaudiologia | |
5ª 03/09 |
9h |
Reunião nos Centros | – |
6ª 04/09 |
9h |
Reunião nos Centros | – |
14h |
Reunião do CLG | ADUFPB | |
2ª 07/09 |
FERIADO |
||
3ª 08/09 |
9h |
Pauta Local com a Reitoria | Reitoria |
14h |
Reunião do CLG | ADUFPB | |
4ª 09/09 |
9h |
Assembleia | JPA, Areia e Bananeiras |
– |
Caravana | Brasília |
Fonte: Ascom ADUFPB