Os professores da UFPB deflagraram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em uma rodada de assembleias da categoria realizada nos campi de Areia e Bananeiras, na última terça-feira (26/5), e de João Pessoa, nesta quarta-feira (27). Com 346 votos favoráveis, 238 contrários e nove abstenções, a assembleia aprovou a paralisação das aulas em todos os campi da instituição a partir de quinta-feira, 28 de maio.
De acordo com a Adufpb, esta foi a maior rodada de assembleias já realizada entre os docentes na instituição. Participaram das reuniões 707 professores no total, sendo 603 na de João Pessoa, 52 em Areia e 52 em Bananeiras.
Além da greve, eles aprovaram outras duas propostas: realização da primeira assembleia de greve no dia 10 de junho e adesão à paralisação nacional dos trabalhadores, que acontece sexta-feira (29/5) em todo o país. Em João Pessoa, o protesto terá concentração a partir das 9h, no Parque Solon de Lucena, em frente à Esplanada, no Centro. De lá, os trabalhadores seguem em passeata até a Assembleia Legislativa do Estado.
Campanha salarial
A assembleia desta quarta-feira aconteceu pela manhã, no auditório da Reitoria, e contou com a participação tanto dos professores do campus I (que atuam nos cursos da unidade central, no Castelo Branco, quanto os da unidade do Centro de Ciências Jurídicas, em Santa Rita), quanto os dos campi IV (Litoral Norte) e V (Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional, no bairro de Mangabeira). Vários estudantes também assistiram à reunião.
Em um auditório lotado, a Diretoria do Sindicato apresentou um panorama das últimas negociações com o Governo Federal. O presidente da Adufpb, Jaldes Reis de Meneses, explicou que a luta dos professores está integrada à dos demais servidores públicos federais.
“A campanha começou com uma reunião nos dias 29 e 30 de janeiro, que criou o Fórum Nacional dos Servidores Federais. Em todo o período dos governos Lula e Dilma, essa foi a primeira vez que se conseguiu montar um fórum dos servidores e unificar uma pauta”, explicou Jaldes.
O Fórum reúne praticamente todos os sindicatos de servidores federais do país e, no dia 25 de fevereiro, protocolou no Ministério do Planejamento uma pauta de reivindicações com 20 pontos, entre eles, reajuste linear de 27,3%, data-base em 1º de maio, paridade salarial entre ativos e aposentados e retirada dos projetos que atacam os direitos dos servidores.
Duas reuniões já foram realizadas com o Ministério do Planejamento desde então, mas sem avanços nas negociações. Por isso motivo, o Fórum estuda a possibilidade de deflagração de greve geral no país.
Além da pauta unificada, os professores federais ainda buscam negociar diretamente com o Ministério da Educação uma pauta específica, que inclui reestruturação da carreira docente. Uma mesa de negociação foi formada no ano passado, mas interrompida para estudos do MEC sobre os pontos de reivindicações.
Na semana passada, o Ministério chamou o Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior (Andes) para conversar. Isso aconteceu depois do Andes divulgar que o Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) – segmento do sindicato que discute as questões ligadas às universidades e aos institutos federais – deliberou por um indicativo de greve para o dia 28 de maio.
A reunião do Sindicato Nacional com o MEC aconteceu na sexta-feira, 22, mas mais uma vez o Ministério da Educação pediu tempo para estudar as reivindicações.
Confira o resultado das votações:
— Bananeiras
Votos a favor: 31
Votos contrários: 12
Abstenções: 3
— Areia
Votos a favor: 38
Votos contrários: 11
Abstenções: 0
— João Pessoa
Votos a favor: 277
Votos contrários: 215
Abstenções: 6
— Total
Votos a favor: 346
Votos contrários: 238
Abstenções: 9