Os professores da UFPB decidiram manter o indicativo de greve sem data na universidade. Eles se reuniram em assembleia geral na terça-feira (13/5) à tarde, nos campi de Areia e Bananeiras, e nesta quarta-feira (14/5) pela manhã, no auditório da reitoria, no campus I, em João Pessoa. Na assembleia da Capital, também estiveram presentes os professores do campus IV – Litoral Norte, localizado em Mamanguape e Rio Tinto.
Além do indicativo de greve sem data, a categoria aprovou uma nova paralisação para a próxima quarta-feira, 21 de maio, quando o ANDES – Sindicato Nacional volta a se reunir com a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC). Na ocasião, seções sindicais de todo o País estarão em vigília acompanhando o andamento da negociação.
Ficou decidida também que a próxima rodada de assembleias será nos dias 22 (Areia e Bananeiras) e 23 de maio (João Pessoa e Litoral Norte). Os resultados das assembleias na UFPB e nas demais universidades do País serão encaminhados ao Andes-SN, que realiza nos dias 24 e 25 uma nova reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).
No total, 235 docentes participaram da rodada de assembleias, sendo 28 em Areia, 33 em Bananeiras e 174 em João Pessoa. O resultado supera o quórum regimental, que corresponde a 5% do total de docentes sindicalizados (hoje a ADUFPB possui cerca de 2,4 mil sócios, portanto o quórum é de 120 assinaturas).
Nas três reuniões foram realizadas duas etapas de votação. Os temas dependiam das propostas apresentadas durante as discussões. Confira abaixo o resultado de cada uma delas:
Areia
PRIMEIRA VOTAÇÃO
– Indicativo de greve sem data: 15 votos
– Mobilização para negociação da carreira docente: 4 votos
– Abstenções: 2 votos
SEGUNDA VOTAÇÃO
– Propor ao setor das Ifes do Andes-SN indicativo de greve com data, com rodadas de assembleias na UFPB em dois dias (22/05 e 23/05): 14 votos
– Indicativo de greve sem data: 4 votos
– Abstenções: 2 votos
Bananeiras
PRIMEIRA VOTAÇÃO
– Indicativo de greve sem data: 29 votos
– Contra o indicativo de greve sem data:
2 votos
– Abstenções: 2 votos
SEGUNDA VOTAÇÃO
– A favor da paralisação Nacional no dia 21 de maio: 26 votos
– Contra a paralisação: 5 votos
– Abstenções: 5 votos
João Pessoa
PRIMEIRA VOTAÇÃO
– A favor do indicativo de greve: 65 votos
– Contra o indicativo de greve: 50 votos
– Abstenções: 2
SEGUNDA VOTAÇÃO
– Indicativo de greve sem data: 87 votos
– Indicativo de greve com data para ser apreciada na reunião do Setor das Ifes: 27 votos
– Abstenções: 2 votos
A assembleia teve início com alguns informes. O primeiro deles foi sobre a eleição da nova diretoria do ANDES-SN, para gestão do biênio 2014/2015, que ocorreu na terça-feira (13/5) e nesta quarta-feira (14). Na UFPB, 2.430 docentes estão aptos a votar. Segundo o professor Carlos Cartaxo, coordenador das eleições na ADUFPB, as urnas foram disponibilizadas nos centros de ensino, nas subsecretarias dos campi do interior e na sede do Sindicato.
Cartaxo também deu informes sobre a caravana que os servidores da educação fizeram a Brasília na última terça-feira (6/5), e da Marcha dos Servidores Públicos Federais, também na Capital Federal, na quarta-feira (7/5).
Segundo ele, o movimento levou cerca de 5 mil professores e servidores da educação às ruas de Brasília. Na terça-feira, eles se dirigiram ao Ministério da Educação para pressionar Governo a negociar, mas não chegaram a ser atendidos. Já na quarta-feira, representantes da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras) fecharam as portas do Ministério do Planejamento, o que levou o órgão a marcar uma reunião futura.
“O fato e que o movimento está marcando presença, está forçando o governo federal a olhar para a educação não como mercadoria, mas como segmento básico da sociedade democrática”, disse Cartaxo.
Para o professor Pablo Andrada, que também esteve na caravana a Brasília, o resultado das manifestações da semana passada, com o fechamento do Ministério do Planejamento, mostram que as medidas têm que ser mais intensas. “Até porque estamos num momento muito especial, um momento que o governo está fraco”, declarou.
Setor das Ifes
Também foram dados informes sobre a última reunião do setor das Ifes do ANDES-SN, realizada nos dias 25 e 26 de abril. Segundo o professor Romildo Raposo, vice-presidente da ADUFPB, o evento contou com a participação de representantes de 43 seções sindicais.
Eles apresentaram os resultados das rodadas de assembleias realizadas nos estados. Das 43 associações docentes (ADs) presentes, 15 votaram contra o indicativo de greve, 11 votaram a favor e 17 não apresentaram posição, seja porque estão em recesso, seja por falta de quórum nas assembleias.
“A maior assembleia realizada foi da Universidade Rural de Pernambuco, com 254 docentes presentes. A segunda foi a da UFPB, com 201 presentes”, informou o professor Romildo Raposo.
MEC assina acordo
O presidente da ADUFPB, Jaldes Meneses, informou sobre a reunião do ANDES-SN com a Sesu/MEC no dia 23 de abril, que encerrou com a assinatura de um acordo sobre a reestruturação da carreira docente.
“Essa reunião teve uma notícia importante: o secretário da Sesu, Paulo Speller, assinou uma minuta pela qual o MEC reconhece que há distorções em nossa carreira”, afirmou. Segundo ele, o documento não fala em prazo ou cronogramas para implantação de mudanças, e trata-se de uma discussão conceitual. “Mas se é conceitual, precisa, claro, ter efeitos práticos”, declarou Jaldes Meneses.
De acordo com ele, o acordo é positivo, mas é necessário que a categoria se mobilize para ter forças para pressionar o Governo. “Tem que ter alguém atrás dessa mesa. Negociação é força política. E esse é um capital que tem sido pouco explorado pelo movimento docente”, afirmou.
Fonte: Ascom ADUFPB