Categoria aderiu ao Dia Nacional de Paralisações e integrará o protesto de trabalhadores que tomará conta do Centro de João Pessoa

Os professores da UFPB vão aderir nesta sexta-feira (30/8) ao Dia Nacional de Paralisação, movimento convocado por oito centrais sindicais brasileiras que levará uma onda de protestos às principais cidades do País. A orientação da ADUFPB é de que os docentes parem as atividades por 24 horas e participem da grande manifestação que será realizada no Centro de João Pessoa. As propostas foram apresentadas pela Diretoria Executiva do sindicato durante reunião ampliada dos professores, realizada na manhã desta quinta-feira, no auditório 412 do CCHLA, campus I, em João Pessoa.

De acordo com o presidente da CUT-PB (Central Única dos Trabalhadores), Paulo Marcelo Lima – que esteve presente à reunião -, o protesto de sexta-feira terá concentração na Praça dos Três Poderes (Praça João Pessoa), no Centro da capital, a partir das 13h. Para evitar dispersão, os professores vão usar como ponto de encontro a frente do Banco do Brasil, localizado na mesma rua da praça.

De lá, eles seguirão pela Avenida Almeida Barreto, encerrando o protesto no Parque Solon de Lucena, por volta das 16h. “A ideia é levar o povo para a rua. Por isso viemos aqui convidar os professores, para que integrem esse movimento”, declarou o presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo. Segundo ele, os servidores técnico-administrativos da UFPB, representados pelo Sintespb (Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba), também já confirmaram presença no movimento e, assim como os docentes, vão parar as atividades na sexta-feira.

Depois da fala do dirigente da CUT, o presidente da ADUFPB, Jaldes Reis de Meneses, reafirmou que a categoria vai aderir à paralisação nacional e que a orientação do sindicato para todos os professor é suspender as atividades docentes e participar do grande protesto.

Ele destacou a importância do atual momento para a história das lutas trabalhistas no País. Segundo Jaldes Meneses, antes do protesto nacional de trabalhadores do dia 11 de julho (também convocado pelas oito centrais sindicais brasileiras), as duas últimas grandes manifestações de trabalhadores ocorreram nos anos de 1999 (contra a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso) e de 2003 (contra a Reforma da Previdência do governo Lula, mobilizando apenas os trabalhadores do setor público).

Presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo

“Vemos como algo muito auspicioso que, de novo, uma mobilização de peso reúna os trabalhadores. Há uma pauta que unificou todas as centrais sindicais”, declara o presidente da ADUFPB. Outro grande protesto que está por vir também contará com o apoio dos professores da Paraíba. Trata-se do Grito dos Excluídos, realizado sempre na semana do 7 de setembro, Dia da Pátria, para chamar a atenção da sociedade para a exclusão social.

Na Paraíba, este ano as manifestações do Dia dos Excluídos ocorrerão em 5 de setembro. Na reunião desta quinta-feira, os professores aprovaram a adesão da categoria a esses protestos. Aprovaram, também, a organização de um seminário para debater a situação política do País, com foco nessa série de manifestações que vêm tomando conta das cidades brasileiras, e a organização de um ciclo de debates que seria iniciado no começo do próximo semestre letivo, em outubro.

AGENDE-SE
Dia Nacional de Paralisações em João Pessoa
Data: sexta-feira, 30 de agosto
Local de concentração: Praça dos Três Poderes (os professores vão se encontrar em frente ao Banco do Brasil, na mesma rua da praça)
Horário: a partir das 13h

Atividades culturais

Por falta de quórum, a assembleia dos professores que havia sido convocada para esta quinta-feira foi transformada em reunião ampliada dos professores. Além de definir os detalhes para participação no protesto de sexta-feira, os docentes também apresentaram alguns informes de interesse da categoria.

O primeiro a falar foi o professor Carlos Cartaxo, diretor de Cultura da ADUFPB. Ele lembrou que o sindicato realizará uma série de atividades culturais nos próximos meses, iniciando no dia 6 de setembro com uma sessão de cinema com o filme “Eles não usam black tie”, produção brasileira de 1981 dirigido por Leon Hirszman e baseado na peça homônima. A sessão ocorrerá no Terraço Cultural da sede do sindicato, no Centro de Vivência, seguida de um debate com a professora Regina Behar, do Departamento de História.

Também estão sendo organizados saraus, com a apresentação de poemas dos próprios professores da UFPB, interpretados pelo Grupo de Teatro do sindicato. Os interessados podem enviar seus texto para o e-mail carloscartaxo@yahoo.com.br. O primeiro sarau ocorrerá no dia no dia 10 de outubro, na sede da ADUFPB. O professor Hildeberto Barbosa será o convidado especial e irá declamar alguns de seus poemas na abertura do evento. A programação completa das sessões de cinema e dos saraus podem ser conferidas no site do sindicato.

Conselho de Representantes

Já o professor Alexandre Náder, recém eleito presidente do Conselho de Representantes da ADUFPB, deu informes a respeito das ações do CR. Ele lembrou que o Conselho tomou posse no último dia 20 de agosto, para a Gestão 2013/2015. A cerimônia ocorreu às 16h, na Sala de Leitura da sede do Sindicato, no campus I da UFPB. O professor José da Paz Oliveira Alvarenga foi eleito o novo secretário do Conselho de Representantes.

A cerimônia de posse dos conselheiros lotou a Sala de Leitura do Sindicato e contou com uma apresentação especial do coral Vozes da ADUFPB. Depois, foi servido um coquetel aos professores presentes.

O Conselho de Representantes é um órgão deliberativo da ADUFPB/Seção Sindical e é constituído por representantes de cada unidade dos Campi de João Pessoa, Areia, Bananeiras, Litoral Norte (Mamanguape e Rio Tinto), eleitos, com seus suplentes, em votação secreta pelos sindicalizados pertencentes àquelas unidades.

Professor José Antônio

GT Aposentadoria

Outro informe foi dado pela professora Glória Obermark, do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assunto de Aposentadoria (GTSSAA). Ela convidou os presentes a participarem das atividades do GT e lembrou que, no próximo dia 6 de setembro, será realizada uma reunião festiva para professores aposentados e da ativa e para representantes de entidades da sociedade civil organizada. O evento começa às 9h e será realizado na sede da ADUFPB, no Centro de Vivência da UFPB.

Já o professor José Antônio Silva, também do GT Aposentadoria, lembrou que o grupo está atento a questões políticas e jurídicas que interessam diretamente à classe, como é o caso da Proposta de Emenda à Constituição 555/2006, que acaba com a cobrança de contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos aposentados, e os projetos que dã isenção de Imposto de Renda ao aposentado e que preveem a “desaposentadoria”.

Escola de Educação Básica

Ainda na parte dos informes, o professor Fernando Cunha, Diretor de Política Educacional e Científica da ADUFPB, relatou os problemas vem enfrentando a Escola de Educação Básica da UFPB, antiga creche. Segundo ele, o sindicato recebeu e-mail de uma mãe preocupada com o grande número de professores temporários na instituição e com o fato de que o contrato deles deve encerrar em setembro.

Por causa desse alerta, foi convocada uma reunião, que se realizou no dia 28 de agosto, na própria EEB. Desse encontro saíram alguns encaminhamentos. Um deles é agendar uma conversa na próxima semana com os diretores da escola de aplicação do Recife (PE) ou de Natal (RN) para entender o funcionamento da Escola na estrutura da Universidade.

Também será agendada audiência, ainda sem data, com a direção do Centro de Educação para tratar da situação da EEB. Outra reunião ocorrerá no dia 20 de setembro, com pais, professores e direção do CE para apresentar uma agenda de trabalho.

A direção da escola ficou, ainda, de apresentar ao grupo cópias de alguns documentos que tratam da estrutura da instituição: resolução de criação da escola básica, relatório da situação da escola apresentado ao Centro de Educação e à reitoria, Carta do Núcleo de Educação Infantil da UFSC, documento do MEC que orienta a municipalização das creches e pré-escolas existente nas Universidades, documento da UNIFEI e do CONCACAP.

Litoral Norte

Professor Ricardo Lucena fala sobre a greve do Litoral Norte

Também foram apresentados informes sobre a situação do campus IV (Litoral Norte), cujos alunos estavam em greve até a última segunda-feira (26/8). Quem falou a respeito foi o professor Ricardo Lucena, diretor de Comunicação da ADUFPB. Segundo ele, participando ativamente do processo de mobilização no campus e de negociação com a reitoria, o sindicato conseguiu quebrar uma resistência que existia entre os professores do Litoral Norte em relação à ADUFPB.

A entidade integrou a comissão mista formada, ainda, por estudantes e servidores técnico-administrativos para acompanhar o processo de negociação das reivindicações dos estudantes. Segundo Ricardo Lucena, o movimento pode ser considerado vitorioso, por isso os professores e os alunos aprovaram o termo de compromisso apresentado na última quarta-feira (21/8) pela reitoria.

Entre as providências previstas no documento estão a abertura do restaurante de Mamanguape – e a manutenção das bolsas auxílio (com aumento de 25% a partir de setembro) até o prédio estar concluído -, a apresentação de um projeto de reestruturação das residências universitárias de Rio Tinto e Mamanguape e o encaminhamento ao Consuni (Conselho Universitário), em setembro, do processo de criação da unidade gestora do CCAE (Centro de Ciências Aplicadas e Educação).

Além do compromisso da reitoria de solucionar alguns dos principais problemas do campus IV, os alunos conseguiram, logo na segunda semana de greve, a abertura do restaurante universitário de Rio Tinto, que estava concluído há meses, mas continuava de portas fechadas.

“Outra questão foi a da acessibilidade no campus Litoral Norte. Os prédios do campus foram construídos sem acesso para pessoas com deficiência e a reitoria se comprometeu a adquirir elevadores para permitir a acessibilidade. Serão instalados oito equipamentos nos prédios do litoral norte”, acrescenta Ricardo Lucena.

Para o presidente da ADUFPB, Jaldes Meneses, “a luta do Litoral Norte não foi apenas uma luta do campus IV”. Segundo ele, os problemas nos centros de ensino de Mamanguape e Rio Tinto trazem de volta à pauta as consequências do Reuni. “Foi um aumento de 20 mil para 40 mil estudantes nos últimos anos. O problema de como oferecer assistência estudantil para esse alunado está explodindo em todo País. A luta do Litoral Norte nos ajuda bastante a pensar como conduzir a luta por essa pauta específica aqui na Paraíba”, concluiu.

Fonte: Ascom ADUFPB