MPOG ameaça cortar índice de parte da categoria, na próxima folha de pagamento

No último dia 9, os professores da Universidade de Brasília (UnB) votaram pela retomada da greve pela manutenção e estabilização da parcela referente à Unidade de Referência de Preços (URP) nos salários.

A URP representa 26,05% da remuneração e tem relação com as perdas salariais causadas por um plano antiinflacionário do governo no fim da década de 80. Foram 154 votos pela paralisação das atividades contra seis e apenas uma abstenção.

O movimento grevista – que dá continuidade a uma paralisação ocorrida no final do ano passado pelo mesmo motivo – é uma resposta à ameaça do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) de cortar o índice, na folha de pagamento de março, de todos os servidores que não foram beneficiados pela reclamação trabalhista original e pelas liminares posteriores (concedidas em 2005 pelo Supremo Tribunal Federal, no qual ainda tramitam as ações).

Em nota divulgada na página eletrônica da Seção Sindical dos Docentes da UnB (www.adunb.org.br), as comissões de mobilização e de comunicação e estratégia da greve exigem o pagamento integral dos salários: “Não aceitaremos que nos imponham a lógica perversa do ‘dividir para reinar’. Não aceitaremos qualquer solução que quebre a isonomia salarial na UnB. Não aceitaremos que alguns docentes recebam seu salário integral e outros não. Não aceitaremos que os servidores técnico-administrativos tenham seus salários cortados. A UnB é obra de todos nós!”, diz um trecho.

Haverá nova assembleia para decidir os próximos passos do movimento neste dia 16, pela manhã. Também nesta data, ocorre uma reunião dos grevistas com a bancada do Distrito Federal na Câmara.

Sintfub consegue decisão favorável no TRF

O sindicato local dos técnico-adminis trativos (Sintfub) entrou com uma petição no Tribunal Regional Federal, requerendo mais um amparo judicial para garantir o pagamento da URP à categoria. O MPOG havia afirmado que os técnico-administrativos da UnB não teriam direito ao recebimento da parcela, pois não possuíam liminar que os protegesse. No dia 11, os servidores obtiveram decisão favorável da desembargadora Neuza Alves, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, que reforça a determinação do pagamento do índice até o desfecho final do processo no STF.

O Sintfub está com indicativo de greve para este dia 16, quando realiza uma Assembleia Geral.

Fonte:  Jornal da ADUFRJ