Os docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiram em assembleia geral, realizada na última sexta-feira (19), iniciar greve por tempo indeterminado, na mesma data. A decisão contou com a ampla maioria dos votos, segundo a assessoria da Associação de Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb – Seção Sindical do ANDES-SN).
A principal reivindicação da categoria é o cumprimento da data-base para os docentes da UEPB por parte do governo estadual. Os docentes também reivindicam melhores condições de trabalho e infraestrutura, lutam contra a precarização que atinge todos os campi da instituição, e contra o não cumprimento da Lei de Autonomia, de 2004. Desde março deste ano, a categoria cobra resposta do governo estadual às reivindicações, mas até o momento não obteve retorno. O mesmo ocorre com os técnico-administrativos, que estão em greve desde o dia 12 de março e ainda não foram recebidos.
“Ano passado tivemos um reajuste de 6% e o governo enviou a Assembleia Legislativa uma Medida Provisória 224/2014 [que define o reajuste da remuneração dos servidores das carreiras dos docente e técnico-administrativos da UEPB], que visava um percentual de reajuste de 5%. Além de não corrigir a inflação de 2014, perdemos 1% da inflação de 2013 no nosso salário”, afirmou Jucelino Pereira Luna, presidente da Aduepb SSind. Ele contou que o Conselho Universitário, órgão máximo da instituição, aprovou 8% de reposição salarial para 2015, desde o dia 5 de fevereiro, e que até agora não foi encaminhado. “Completamos seis meses sem o cumprimento da nossa data-base”, ressaltou, explicando que a categoria decidiu, então, pela greve por tempo indeterminado como forma de pressionar o governo.
O presidente da Aduepb SSind. destacou ainda que a precarização da infraestrutura da instituição não é de hoje. “A universidade em 2005 expandiu de 4 para 8 campi e não foi feito investimentos em infraestrutura. Até hoje, a universidade funciona em prédios cedidos ou alugados. É um processo que se arrasta, faltam salas de aula e laboratórios”, disse. Na questão da política estudantil, Luna ressaltou que é preciso ampliação do número de bolsas científicas, melhorias nos restaurantes universitários que estão precários e a criação de residência estudantil.
Nos próximos dias, o Comando de Greve disponibilizará a agenda de mobilização da UEPB para que a comunidade acadêmica da instituição divulgue a greve e os reais motivos dela para toda a sociedade.
*Imagens Aduepb SSind
Fonte: Andes-SN