Os professores da UFPB vão realizar uma paralisação geral na próxima quarta-feira, 24/8 com a seguinte bandeira de luta: contra o golpe, nenhum direito a menos, fora Temer e pela construção da greve geral. A decisão foi tomada pela maioria da categoria em rodada de assembleias realizada nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeiras e Litoral Norte na última terça-feira (16/8).
Segundo a diretoria da ADUFPB, a paralisação se dará com mobilização, portanto serão realizados nos departamentos e centros reuniões para discutir com a categoria os ataques às universidades e aos direitos no País.
Também foi aprovada a proposta de formar uma comissão de mobilização visando à construção da greve geral (uma bandeira nacional que vem sendo discutida por sindicatos e centrais sindicais do País), apontando uma data de paralisação da comunidade da UFPB (professores, servidores técnico-administrativos e estudantes), com realização de Assembleia Geral Universitária como processo de mobilização.
A data da atividade seria definida pela própria comissão de mobilização, mas a sugestão aprovada pelos professores foi o dia 6 de setembro, como forma de preparar a comunidade universitária para as atividades do Grito dos Excluídos, realizado em 7 de setembro. Além da ADUFPB, devem integrar a comissão de mobilização representantes do Sintespb e do DCE.
Os professores aprovaram, ainda, a elaboração de uma proposta aos Conselhos Superiores da UFPB para que a Universidade divulgue uma posição contrária aos cortes de verbas a que as Instituições Federais de Ensino estão sendo submetidas. E também que a categoria cobre uma posição formal da UFPB em defesa da Frente Paraibana Escola Sem Mordaça, lançada no dia 11 de agosto.
Em João Pessoa, a assembleia abriu com alguns informes. O professor Marcelo Sitcovsky, presidente da ADUFPB, anunciou que continuam abertas até o dia 2 de setembro as inscrições para o 5º Concurso de Fotografia da entidade. O objetivo dessa iniciativa é estimular a produção cultural dos docentes da UFPB e divulgar os trabalhos na agenda anual distribuída gratuitamente aos filiados. Além de ter fotos publicadas na agenda, os autores das três melhores imagens podem ganhar prêmios.
O 1º lugar receberá um Datashow; o 2º lugar, uma mochila para equipamentos fotográficos, e o 3º lugar, um tripé para máquina fotográfica. Os interessados podem se inscrever diretamente no site da ADUFPB (www.adufpb.org.br). Basta ler o regulamento oficial, preencher o formulário de inscrição e anexar até três imagens. Este ano, o tema do concurso é “Reflexos Sobre Educação e Qualidade de Vida”.
Já o professor Wladimir Nunes Pinheiro apresentou um balanço sobre a reunião da Regional Nordeste II do Andes-SN, realizada na sede da ADUFPB nos dias 12 e 13 de agosto. O encontro contou com a participação de representantes de sete seções sindicais que debateram o tema central: “Os ataques aos serviços públicos e seus reflexos para o ensino superior brasileiro”.
Ele informou também que, no dia 23 de agosto, a partir das 19h, vai ser realizado no auditório do CA/UFPB a plenária ampliada da Frente Paraibana Contra a Privatização do SUS, que irá debater os recentes ataques ao Sistema Único de Saúde. Entre as medidas que ameaçam diretamente a população está a formação do grupo que irá discutir a criação dos planos populares de saúde. “Isso é um ataque frontal ao Sistema Único”, declarou Wladimir Pinheiro.
Conjuntura
Após os informes, o professor Marcelo Sitcovsky fez uma análise de conjuntura. De acordo com ele, o País está atravessando um momento político e econômico extremamente regressivo do ponto de vista dos direitos dos trabalhadores. Para os funcionários públicos, a situação não é diferente. “As propostas condensadas no novo regime fiscal apresentado pelo governo Michel Temer, as medidas anunciadas e as já adotadas incidem diretamente sobre as condições de vida e trabalho de toda a população brasileira”, declarou.
Segundo ele, na avaliação do sindicato, as proposta do governo Temer pretendem abertamente reduzir as ações do Estado no âmbito social. “O exemplo mais concreto são as investidas sobre as reservas do pré-sal, com proposta de privatização definitiva da exploração dessa riqueza”, afirmou o presidente da ADUFPB.
Ele afirma que o conjunto de medidas empreendidas pelo atual governo revelam uma verdadeira “operação de desmonte” do Estado brasileiro. “Naquilo que diz respeito diretamente ao servidores públicos e às universidades, os ataques são em várias frentes. Vamos citar apenas três delas: os ataques à Previdência, à carreira docente e ao financiamento das instituições federais de ensino”.
E como o governo pretende legitimar esses ataques e criar as condições políticas para que as reformas regressivas sejam aprovadas no Congresso Nacional? Segundo Marcelo Sitcovsky, ele conta com a ajuda do Congresso “mais reacionário da história recente do País”. Além disso, tem sistematicamente introduzido a “cultura da crise”. “Com destaque especial para a sistemática introdução em jornais, revistas e na grande mídia da divulgação, principalmente no campo da Previdência Social – mas não apenas dela -, de que esta é uma política deficitária”, explicou.
Sitcovsky destacou ainda que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou na semana passada que o orçamento de 2017 para as universidades públicas federais será cortado em 45%. “Se, em 2016, nós já tivemos uma média de cortes nas universidades federais de cerca de 30%, para 2017, o principal porta voz do governo já anunciou que a situação vai piorá”.
Além disso, segundo o presidente da ADUFPB, é preciso lembrar que, desde julho deste ano, a grande mídia vem implantando, por meio de editoriais e artigos de opinião em O Globo, Estadão, Folha de São Paulo, críticas frontais às universidades públicas federais. “Essa política de cortes e de cultura de crise colocam em urgência a construção de mobilizações e a necessidade de acionar todos os mecanismos de resistência”, ressaltou.
Fonte: Ascom ADUFPB