MARCOS A. R. DE BARROS
Professor Universitário
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Professores em greve rejeitaram pela segunda vez as propostas do governo, mostrando que são discriminatórias, não contemplando por igual a categoria.
Lamentavelmente, os governos brasileiros nunca consideraram a educação como prioridade, como fizeram alguns países, que atingiram, comprovadamente, vertiginoso desenvolvimento econômico e social.
Podemos observar, nitidamente, que existe mesmo falta de vontade política, não só de governantes, mas também de “Estrelas” que circundam o poder populista, deixando visíveis registros, que caracterizam o desprestígio e o desprezo por tudo o que se refere à educação no Brasil. Existe, sim, um ranço simbólico já sedimentado culturalmente. É palpável o desrespeito efetivo, contido nas sucessivas conjunturas políticas brasileiras.
No atual momento, não poderia ser diferente e o governo populista da senhora Dilma sonega os direitos dos professores do ensino básico, bem como dos docentes das Universidades públicas brasileiras e dos funcionários. São 59 Universidades em greve, querendo a reestruturação da carreira do magistério superior. Os professores universitários querem, simplesmente, um piso salarial compatível com a categoria docente, atingindo todos os professores por igual, ativos e aposentados, e a adoção de uma data base.
Os professores são conscientes de que são formadores de opinião, geradores de conhecimentos, também, mentores de gerações de profissionais, como: engenheiros, advogados, cientistas, farmacêuticos, artistas, médicos, juízes, professores, arquitetos, e outros tipos profissionais específicos.
O governo não quer mais negociar com os professores em greve, que aguardam ansiosamente nova negociação. Enquanto isso, outras categorias funcionais organizadas se mobilizam em busca de suas melhorias salariais. São greves de grandes proporções, em todo o País.
A impressão que tenho é a de que, quanto mais se desconstrói, se minimiza o trabalho docente e a educação, mais se mergulha nas ondas do “ESPETÁCULO CAÓTICO” do descaso. Existem mesmo um desrespeito efetivo e uma irracionalidade conjuntural visíveis, que povoam o imaginário de parte das elites dirigentes deste País, produzindo compulsivamente a falta de vontade política na busca da promoção de uma educação de qualidade. Ao analisarmos detidamente a temática, nota-se claramente, que as decisões dos governos sempre foram tomadas intempestivamente, desqualificando, todavia, a categoria docente; como se o trabalho professoral fosse uma improvisação, deixando transparecer a minimização do trabalho intelectual. A educação lastreia toda a estrutura social, permeando e desvelando todos os espaços humanos.