A portas fechadas e com um forte esquema de segurança, tomou posse na noite desta quarta-feira (11/11), no cargo de reitor da UFPB, o professor Valdiney Veloso Gouveia, que teve apenas 5% dos votos na eleição realizada em agosto e nenhum voto no Colégio Eleitoral responsável por formar a lista tríplice. O nome do candidato terminou incluído na lista após ele recorrer à Justiça.
A posse estava marcada para acontecer às 19h, na reitoria do campus I. Entretanto, horas antes, a comunidade universitária foi comunicada de que o evento aberto havia sido cancelado e de que seria realizada apenas uma atividade fechada para convidados. O novo local não foi informado. Por fim, foi divulgada a informação de que a solenidade ocorreria no auditório do Hospital Universitário Lauro Wanderley, gerando aglomeração de autoridades e convidados em um espaço de atenção e cuidado a pessoas enfermas.
Estiveram presentes à cerimônia, inclusive, alguns políticos, como o deputado estadual Cabo Gilberto, do PSL, antigo partido do presidente Bolsonaro. Nesta quinta-feira, circularam nas redes sociais fotos da atividade, entre elas uma que revela a contradição do discurso do candidato nomeado, que, durante a campanha e após o anúncio da nomeação, se disse contrário a “bandeiras ideológicas”. Na imagem, o professor Valdiney aparece posando com uma bandeira da “Ordem dos Conservadores”, revelando proximidade ideológica com as correntes de extrema direita.
“Se a posse já foi repleta de controvérsias e ocultada aos interesses da comunidade universitária, podemos calcular o tipo de governo que o preposto interventor incorrerá”, comentou o diretor de Comunicação da ADUFPB, Cristiano Bonneau.
Segundo ele, a nomeação do candidato que não foi escolhido pela comunidade universitária abre uma crise sem precedentes na UFPB, que se inicia pela quebra do pacto universitário, “jogando na lata de lixo as conquistas democráticas pelas quais esta instituição, pelos seu três segmentos, lutou e conquistou”, declarou Bonneau.
“Ontem lamentamos. Hoje e amanhã vamos para a luta para reestabelecer os valores democráticos que foram negados simbolicamente por uma posse às escondidas e velada da comunidade acadêmica”, concluiu o diretor de Comunicação da ADUFPB.
Fonte: Ascom ADUFPB