Reunidos em nova rodada de assembleia na quinta e na sexta-feira (22 e 23 de maio), os professores da UFPB mantiveram o indicativo de greve e aprovaram o dia 2 de junho como sugestão de data para início da paralisação. A proposta será remetida ao ANDES – Sindicato Nacional para avaliação do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes), que volta a se reunir neste fim de semana (24 e 25 de maio).
A rodada de assembleias reuniu 225 professores, sendo 44 no campus de Bananeiras (na quinta-feira) e 181 em João Pessoa (na sexta-feira). Os docentes do campus IV – Litoral Norte, localizado nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto, participaram da assembleia de João Pessoa. Já no campus de Areia, a reunião, que havia sido marcada para as 14h da quinta-feira (22), foi adiada devido a um evento da reitoria realizado no local no mesmo horário.
Além do indicativo de greve, os professores também aprovaram novas assembleias nos dias 27 e 28 de maio, respectivamente nos campi do interior e de João Pessoa.
Confira como ficou a votação:
BANANEIRAS
Assinaturas: 44
PRIMEIRA VOTAÇÃO
– A favor do Indicativo de greve – 38
– Contra o indicativo de greve – 6
– Abstenções – 0
SEGUNDA VOTAÇÃO
– Indicativo de greve com data – 40
– Indicativo de greve sem data – 4
– Abstenções – 0
ESTABELECIDO EM CONSENSO
– Proposta de data: 2 de junho
– Nova rodada de assembleias gerais nos dias 27 e 28 de maio
JOÃO PESSOA
PRIMEIRA VOTAÇÃO
– A favor do indicativo de greve – 77
– Contra o indicativo de greve – 73
– Abstenções – 3
SEGUNDA VOTAÇÃO
– Indicativo de greve com data – 62
– Indicativo de greve sem data – 79
– Abstenções – 5
TERCEIRA VOTAÇÃO
– Encaminhar sugestão de data ao Setor das Ifes – 56
– Sugerir que o Setor das Ifes defina uma data – 34
– Abstenções – 9
QUARTA VOTAÇÃO
– Sugerir ao Setor das Ifes o dia 2 de junho como data de início da greve – 44
– Sugerir ao Setor das Ifes o dia 18 de junho como data de início da greve – 34
– Abstenções – 7
ESTABELECIDO EM CONSENSO
– Nova rodada de assembleias gerais nos dias 27 e 28 de maio
TOTAL (João Pessoa + Bananeiras)
INDICATIVO DE GREVE
– A favor do indicativo de greve – 115
– Contra o indicativo de greve – 79
COM DATA OU SEM DATA
– Indicativo de greve com data – 102
– Indicativo de greve sem data – 83
SUGESTÃO DE DATA
– Sugerir ao Setor das Ifes o dia 2 de junho como data de início da greve – 84
O indicativo de greve sem data dos professores da UFPB foi aprovado inicialmente na rodada de assembleias dos dias 23 e 24 de abril. Na assembleia seguinte, nos dias 13 e 14 de maio, a proposta foi mantida e ficou definida uma paralisação em 21 de maio (quarta-feira passada), quando seria realizada a reunião de negociação entre o Ministério da Educação e o ANDES – Sindicato Nacional.
Entretanto, no sábado (17/5), às 13h50, a Secretaria de Educação Superior do MEC encaminhou e-mail ao ANDES cancelando essa reunião (agendada há pelo menos um mês) devido a viagem do secretário Paulo Speller. Segundo o presidente da ADUFPB, Jaldes Reis de Meneses, o Ministério sequer sugeriu uma nova data para a negociação.
Entretanto, na quinta-feira (22/5), o secretário Paulo Speller recebeu representantes do Proifes, sindicato sem representatividade que, durante a greve de 2012, assinou um simulacro de acordo com o Governo Federal sem apoio ou respaldo da maioria das universidades que estavam em luta naquele momento. Na reunião eles trataram do tema reestruturação da carreira docente.
O atual momento na UFPB é de mobilização também entre os estudantes. Atividades de protesto vêm sendo registradas com mais força nas últimas semanas tanto em João Pessoa quanto no interior.
Segundo o professor Clodoaldo Silveira, que representou a Diretoria Executiva na assembleia de Bananeiras, estudantes participaram da reunião dos professores para dar informes sobre o movimento discente que fechou o campus na semana passada. Eles alegam problemas de moradia e pedem a liberação de prédios que não estão sendo usados.
Em Areia também houve protesto. Durante evento com a participação da reitora Margareth Diniz, realizado na quinta-feira (impossibilitando a assembleia de professores no campus), um grupo de alunos compareceu com cara pintadas e cartazes.
Segundo a professora Terezinha Diniz, vice-presidente da ADUFPB, que estava em Areia para a assembleia, os estudantes entraram no auditório lado a lado, em silêncio. “Eles mantiveram o silêncio durante todo o evento, deixaram a reitora e os pró-reitores falarem. Só no final foi eles se manifestaram, apresentando a pauta de reivindicação dos estudantes no campus de Areia”, descreveu a professora. Entre as principais reclamações dos estudantes estão a falta de segurança no campus e a falta de moradia para os alunos de outros municípios.
Já em João Pessoa, os estudantes do curso de Odontologia entraram em greve no dia 16 de maio. Representantes dos alunos já haviam denunciado os problemas que vêm enfrentando desde a deflagração da greve dos servidores técnico-administrativos em 17 de março.
A paralisação, segundo eles, impossibilita a realização adequada das aulas práticas e os projetos de extensão que atendem à comunidade. Além disso, eles pedem melhorias no departamento de morfologia, retorno da central de estabilização em melhorias na segurança e nos banheiros do Centro de Ciências da Saúde.
Entre os informes da assembleia, a professora Auta de Sousa comunicou aos professores presentes que o Movimento dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (Mosap) vai realizar no do 29 de maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília, uma reunião com as bancadas de todos os estados.
O objetivo é solicitar os parlamentares que compareçam à votação do Projeto de Emenda à Constitução 555/2006, que acaba com a cobrança de contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos aposentados. “A ADUFPB vai mandar um representante local para essa importante reunião”, afirmou Auta de Sousa, que é coordenadora do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) da ADUFPB.
Veja abaixo mais imagens da rodada de assembleias
João Pessoa
Bananeiras
Fonte: Ascom ADUFPB