Na semana do Dia do Estudante, que acontece na próxima sexta-feira (11), a ADUFPB abriu as portas para receber os estudantes que participaram do 59º Congresso da UNE (Conune) e debater os caminhos da educação no Brasil e na UFPB. A reunião aconteceu na tarde dessa terça-feira (8), na sede do sindicato, sob a organização das professoras Anita Pereira e Ivete Martins, diretoras de Política Social e de Política Educacional da ADUFPB, respectivamente.
Os estudantes que estiveram presentes são membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPB e dos movimentos Correnteza, União da Juventude Rebelião e da Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (Apes). “A ideia foi oferecer um espaço para que eles fizessem um balanço do Conune e falassem sobre as próprias demandas, porque entendemos a importância do movimento estudantil e sabemos que a vivência de estudante não é fácil, especialmente na UFPB, pelo momento político que estamos vivendo”, disse a professora Anita.
A estudante de serviço social Eloá Almeida, coordenadora de Diversidade do DCE — cuja atual gestão é do Movimento Autônomo Ocupa UFPB — fez um breve relato da experiência dos representantes do movimento no evento nacional da UNE. “Deixou um pouco a desejar, pois sentimos dificuldade de ter o nosso posicionamento escutado. O congresso não dá espaço para movimentos autônomos, como o nosso”, relatou. Sobre as pautas, ela disse que um dos destaques foi a discussão em torno do arcabouço fiscal. “Não houve orientação para ser frontalmente contra o arcabouço, mas no sentido de não haver cortes na saúde e na educação”, acrescentou.
Ensino Médio – Outro eixo discutido no Conune foi o Novo Ensino Médio (NEM), contra o qual os movimentos presentes no encontro da ADUFPB estão com atos programados para os próximos dias. “O NEM é um movimento político de elitização e embranquecimento das universidades públicas”, criticou Érika Rodrigues, estudante de secretariado executivo no campus de Mamanguape e coordenadora de Formação Política e Movimentos Sociais do DCE.
Na ocasião, as professoras convidaram os estudantes para assistirem à mesa-redonda “Novo Ensino Médio no Contexto da Educação Brasileira”, que a ADUFPB realiza no dia 18 deste mês, no auditório 411 do CCHLA, a partir das 9h. A professora Ivete mediará o debate, que contará com as participações do cientista político Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), da professora e deputada estadual Cida Ramos e o professor da rede estadual de educação Felipe Baunilha.
A UFPB hoje – Os estudantes também discutiram a situação atual da UFPB, ainda sob interventoria, e relataram a perseguição que sofrem dessa gestão. “A prova disso é que temos colegas dirigentes respondendo processos na esfera federal”, salientou Érika, ao se referir a Lena Leite Dias, servidora da UFPB e militante do SINTESPB, e Odara Moraes, dirigente do DCE e estudante de psicologia da UFPB, que foram convocadas pela Polícia Federal devido a suas posições políticas a favor da democracia e contra a intervenção sofrida pela instituição.
A Diretoria da ADUFPB divulgou nota de solidariedade em nome das duas militantes. Conforme a nota, esse foi “mais um registro do momento crítico que atravessa a nossa universidade, com a utilização do aparato de Estado para perseguir aqueles que não se conformam com a usurpação do poder e o solapamento da vivência democrática”.
Congresso da UNE – O Conune é o maior encontro político da juventude brasileira. Neste ano, o fórum aconteceu entre os dias 12 e 16 de julho, em Brasília-DF. Foram mais de dez mil participantes, com representantes de todo o país e de diferentes partidos, coletivos e correntes políticas.
Ao final do evento, ficou deliberado que os movimentos estudantis deverão se engajar nas lutas de destaque no cenário nacional atual, como o combate à taxa de juros do Banco Central, a defesa do meio ambiente e a permanência dos estudantes de baixa renda na universidade.
No quesito educação, as prioridades são a luta por melhorias no Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), pela manutenção e ampliação de políticas afirmativas e pelo fortalecimento da assistência estudantil.
Já em relação à conjuntura política, a orientação é para se engajar na batalha pela conversão do lucro dos rentistas em investimento público e pela taxação das grandes fortunas, entre outros.
Fonte: Ascom ADUFPB