Sob o tema “A Corrupção e o Sistema da Dívida”, ocorreu nos dias 30 e 31 de outubro em São Paulo (SP) o Seminário da Auditoria Cidadã da Dívida Pública. Mais de 400 pessoas participaram do evento, que fez o balanço das atividades desenvolvidas pela associação e seus colaboradores – entre eles o ANDES-SN – nos últimos dois anos, a atualização das informações sobre a dívida pública e a proposta da uma grande campanha para 2016 em defesa da auditoria da dívida pública brasileira. O último seminário ocorreu em novembro de 2013. (Veja aqui).
Alexandre dos Santos, 1° Vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN, explica que o assunto merece a devida a atenção da sociedade. “A corrupção é algo inerente ao que a gente chama de sistema da dívida, que hoje absorve cerca de 47% do Orçamento da União, que vem do fundo público, e é destinado ao capital financeiro da qual os dados são sigilosos”, diz. De janeiro a agosto de 2015, a dívida pública aumentou quase meio trilhão de reais. Até 30 de setembro de 2015, a dívida consumiu R$ 773 bilhões, o que representa 47% do gasto federal segundo a Auditoria Cidadão da Dívida. Diariamente o gasto com a dívida pública consome R$ 3,1 bilhões. O diretor do Sindicato Nacional chama atenção também ao gasto com os juros da dívida pública e rolagem que consumirão somente neste ano R$ 1,3 trilhão.
Durante o seminário foram realizadas mesas de debates, a primeira “Os movimentos sociais, a disputa pelo orçamento público, e a superação do sistema da dívida” ocorreu no sábado (31) e teve a participação do Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, que relacionou o tema com a Educação. O presidente do Sindicato Nacional afirmou que o corte de verbas na área da Educação ultrapassou o valor de R$ 11 bilhões neste ano, enquanto o repasse ao sistema financeiro dos bancos e aos empresários do setor da educação se manteve intacto. “O objetivo da utilização do fundo público é a de um estímulo cada vez maior a mercantilização da educação, com a renúncia fiscal embutida no Prouni e processo de financiamento pelo Fies, que recebeu um aumento de mais de 30% No financiamento estudantil”, disse Santos.
Nas mesas seguintes, “Empoderamento popular: os desafios da linguagem econômica e das ferramentas de comunicação” e “Desafios para implementar a demanda cidadã por uma auditoria da dívida” foram discutidos determinados pontos como a importância do movimento sindical e popular propagar a população brasileira, o debate da auditoria da dívida pública, já que a grande mídia se exime da questão; e o de pautar o tema no Congresso Nacional com a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Auditoria da Dívida Pública no país.
Para o diretor do ANDES-SN, a auditoria é fundamental e necessária para desmascarar esse prejuízo as contas públicas. “Essa é uma pauta que atinge o conjunto da população brasileira e não está vinculado aos interesses econômicos de uma determinada categoria. Ao mesmo tempo a grande dificuldade do debate da questão da auditoria da dívida pública é que vamos enfrentar um dos maiores tentáculos do poder político e econômico do Brasil, que é o capital financeiro”, explica.
Fonte: ANDES-SN