Na tarde dessa quinta-feira (15), diretores da ADUFPB participaram de uma audiência com o reitor da UFPB, professor Valdiney Gouveia, juntamente com articuladores do Manifesto em Defesa das Instituições Federais de Ensino na Paraíba, lançado na sede da ADUFPB, no último dia 6. Convocada pela deputada estadual Cida Ramos, a reunião discutiu os bloqueios e cortes orçamentários executados pelo Governo Bolsonaro na educação superior.
Os participantes exigiram um posicionamento do reitor em relação à recomposição do orçamento da UFPB, principalmente no sentido de garantir o pagamento aos bolsistas da graduação e da pós-graduação. De início, o reitor insistiu na diferenciação entre os termos contingenciamento, corte e bloqueio; depois, disse que o caso em pauta passou de contingenciamento para bloqueio; por fim, garantiu que a recomposição se dará nos próximos dez dias, assim que o Ministério da Educação (MEC) desbloquear o orçamento. Também assegurou que as bolsas da graduação serão pagas com recurso próprio, ainda nesta semana.
De acordo com a deputada Cida Ramos, que também é professora da UFPB, o grupo que articulou o manifesto terá uma reunião com o governador do estado, João Azevêdo, para tratar do mesmo assunto. Em paralelo, o reitor deverá levar as dificuldades enfrentadas pela instituição ao Conselho Universitário (Consuni). “A UFPB é muito importante para a Paraíba, pelo forte papel na qualificação, na ciência e na extensão, o que reverbera na economia, de forma geral. Ela precisa voltar a ser o que foi e contribuir com o desenvolvimento do estado”, disse.
O grupo também terá reuniões com o IFPB e a UFCG. Ao final, pretende realizar uma grande audiência pública para discutir a situação das instituições federais de ensino superior na Paraíba.
Progressão – A diretoria da ADUFPB aproveitou a reunião com Valdiney Gouveia para solicitar a sua intermediação na Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) para discutir os atrasos das progressões funcionais dos docentes. Conforme o professor Fernando Cunha, secretário-geral da entidade, a diretoria tenta se reunir com essa comissão desde meados deste ano, sem conseguir êxito. “É um atraso que tem impacto direto na vida dos professores. Não é possível continuar assim”, salientou.
Impactos – O Manifesto em Defesa das Instituições Federais de Ensino na Paraíba segue recebendo adesões e repercutindo na comunidade. Segundo o documento, foram bloqueados R$ 16 milhões da UFPB, R$ 1,9 milhão da UFCG e R$ 4,4 milhões do IFPB. Os signatários do documento alertam para os impactos dessa medida não apenas sobre trabalhadores e estudantes, como também sobre toda a economia local. A ADUFPB é uma das entidades signatárias do manifesto e estará presente nas próximas audiências.
Fonte: Ascom ADUFPB