A categoria técnico-administrativa da UFPB, assim como toda comunidade universitária, foi despertada na manhã desta quinta-feira (05/11), com a notícia de um golpe na autonomia universitária: a nomeação pelo Governo Federal de Valdiney Veloso para assumir o Reitorado da Universidade Federal da Paraíba pelos próximos quatro anos .
A revolta, não somente dos três segmentos da universidade, mas também de toda sociedade paraibana, se dá porque o nome escolhido por Bolsonaro não recebeu o respaldo legítimo nas urnas. Na consulta para a escolha do novo reitor da UFPB, realizada em 26 de agosto, de forma on line, a chapa encabeçada pelo professor Valdiney obteve apenas 5,35 por cento dos votos, o que lhe colocou no terceiro lugar.
O Sintespb, entidade representativa dos servidores técnico-administrativos da UFPB, repudia essa nomeação, que representa uma afronta à vontade da maioria dos votantes que colocou em primeiro lugar a chapa 2, que teve como candidatas a Reitora e vice as professoras Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega, respectivamente, com 48,44 por cento dos votos, seguida em números de votos a Chapa 1, com Isac Almeida e Regina Celi Mendes, com 46,21 por cento.
A presidente do Sintespb, Geralda Vitor, disse que a entidade não vai acatar de braços cruzados essa nomeação, que se constitui uma intervenção nos destinos da UFPB. “Não podemos acatar essa imposição de Bolsonaro na vida da nossa universidade, porque essa nomeação é ilegítima e anticonstitucional. A comunidade universitária optou pela chapa 2, que elegeu a professora Terezinha, inclusive os Conselhos Superiores da UFPB também respaldaram seu nome. O candidato de Bolsonaro não obteve um único voto do colégio dos Conselhos Superiores, portanto, vamos resistir”, destacou.
Ela também convocou a categoria técnico-administrativa que não for do grupo de risco e com todos os cuidados sanitários possíveis a se fazer presente nesta quinta-feira, às 16:00 horas, em frente à Reitoria, ao ato de protesto convocado pelo Comitê de Mobilização pela Autonomia e contra a intervenção na UFPB. “Vamos dizer um não à nomeação do terceiro colocado, que é se constitui numa intervenção e fim da autonomia universitária,” ressaltou a presidente do Sintespb.