Na última quarta-feira, dia 24 de fevereiro, estiveram reunidos no saguão da Central de Aulas da Unidade de Rio Tinto, no Campus IV (Litoral Norte) da UFPB, representantes da reitoria (da PRAC e do RU) e estudantes. A pauta discente gira em torno da assistência estudantil básica (Restaurante Universitário e moradia), que, além de ser insuficiente, conta com atendimento e prestação de serviços que passam ao largo de serem reconhecidos como minimamente adequados no CCAE.
Em relação ao RU, que possui agora servidores terceirizados (processo imposto de forma arbitrária pela reitoria), além da sobrecarga de trabalho desses prestadores de serviço, o lugar se apresenta como um problema na insuficiente rede elétrica do Campus. Por essa razão, há todo tipo de pane de eletrônicos em todas as dependências do Campus IV, inclusive o estouro de lâmpadas em sala de aula, representando grande perigo para os professores e alunos em atividade.
Em relação à moradia, a lentidão do processo administrativo não havia definido, até a semana passada, os critérios para ocupação daquele espaço, cujas obras encontram-se travadas em sua finalização desde o ano de 2014. Desta forma, os estudantes decidiram ocupar o espaço vazio e faz pelo menos um ano que os quartos da moradia universitária em Rio Tinto estão sendo utilizados nessas condições.
Diante destes graves problemas, a postura que a reitoria parece adotar é de total imobilismo em relação à assistência estudantil no Campus IV, com a não marcação e o cancelamento de reuniões e a total ausência da reitora Margareth Diniz na condução das soluções. Em nenhum momento, foram apresentadas as condições objetivas para que os problemas elencados sejam solucionados. O que se viu na quarta-feira, na reunião, foi uma equipe muito preparada do ponto de vista da burocracia da universidade, mas que demonstrou total desinteresse pela grave situação dos estudantes, o que descambou muitas vezes para um clima de hostilidade entre ambas as partes.
O mais grave dessa situação é que tanto estudantes quanto professores estão sendo responsabilizados pelas condições inadequadas do Campus. O que vimos ontem foi a comitiva da reitoria chegar no Campus IV com um número incomum de seguranças e ainda solicitar o reforço dos agentes locais, alegando temer pela integridade física dos gestores. Além disso, um operador de câmera trazido pela reitoria operou a filmagem de toda a reunião, com o intuito de registrar as ocorrências que nunca existiram naquele campus.
O processo de precarização da expansão universitária no Brasil leva estudantes e professores a trabalhar muitas vezes em condições insalubres e sem nenhum apoio institucional. Neste sentido, a negligência, inoperância e ineficiência dos gestores terminam por multiplicar em muitas vezes a gravidade da situação.