No Vale do Anhangabaú em São Paulo (SP), pela primeira vez, todas as centrais sindicais realizaram um ato unificado. Também estiveram presentes movimentos sociais, movimentos estudantis e partidos políticos.
A manifestação, que teve como foco o combate à reforma da Previdência, também convocou para 14 de junho uma Greve Geral. Segundo os organizadores, o ato na capital paulista reuniu 200 mil pessoas. Além de falas e intervenções críticas à reforma da Previdência e ao governo de Bolsonaro, houve também uma série de shows.
Atos unificados se repetiram nas demais capitais e grandes cidades do país. No Distrito Federal, a manifestação foi de manhã, na Praça do Relógio em Taguatinga. Em Fortaleza (CE), os organizadores estimam que 20 mil pessoas saíram às ruas. A passeata foi encerrada ao lado do Centro Cultural Belchior, onde aconteceu uma apresentação cultural. Em Natal (RN), foram mais de 2 mil manifestantes.
Em Contagem (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a manifestação teve um caráter especial. Os presentes lembraram as vítimas do crime de Brumadinho na barragem da Vale. Jocely Andreoli, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmou que o Dia do Trabalhador serve como lembrança de que os trabalhadores morrem com a lógica das privatizações.
Em Belém (PA), a manifestação ocorreu no Mercado de São Brás. Os presentes criticaram os ataques do governo Bolsonaro aos cursos de ciências humanas e sociais, e manifestaram seu repúdio à Reforma da Previdência.
Em Salvador (BA), o ato se deu em meio à greve dos docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Os docentes pressionaram o ex-governador Jacques Wagner, hoje senador (PT-BA), a reabrir as reuniões de negociação. O atual governador, Rui Costa (PT), é sucessor de Wagner. Por falta de condições de tratar sobre o assunto naquele local, o político informou que um assessor agendará a reunião.
No Rio de Janeiro (RJ), o ato unificado foi realizado na Praça Mauá. Em Porto Alegre (RS), cerca de 5 mil pessoas caminharam da Orla do Guaíba até a Câmara de Vereadores. Em Aracaju (SE), foram 10 mil manifestantes. O ato caminhou da Praça da Juventude até a Orla de Atalaia.
1º de Maio pelo mundo
O Dia do Trabalhador começou mais cedo na Argentina. Na terça (30/4), os argentinos realizaram uma Greve Geral contra o governo de Mauricio Macri. Em Buenos Aires, capital do país, a manifestação reuniu 200 mil pessoas. O índice de pobreza na Argentina já chega a 32%, e Macri também tenta aprovar uma Reforma da Previdência no Congresso.
Na França, as manifestações do 1º de Maio tiveram grande presença de Coletes Amarelos. Houve grande repressão policial ao ato de Paris, capital do país. A repressão policial se repetiu também em outros atos na Europa, como em Istambul (Turquia) e Turim (Itália). Em Moscou e São Petersburgo, as duas maiores cidades da Rússia, houve dezenas de prisões de manifestantes.
Na Ásia, tiveram lugar gigantescas manifestações. Em Jacarta, capital da Indonésia, centenas de milhares de manifestantes gritaram por melhores condições de trabalho. Em Manila, capital das Filipinas, o alvo do protesto foi o presidente Rodrigo Duterte. O chefe do poder executivo filipino é um conhecido inimigo dos direitos humanos.
Em Argel, capital da Argélia, a manifestação se deu em meio à luta pela queda do governo militar de Abdelaziz Bouteflika. O presidente renunciou, mas os argelinos seguem protestando por um governo civil. A revolta se expandiu também para a Tunísia, onde centenas de milhares de pessoas também protestaram contra o governo local.
Origem do Dia do Trabalhador
A data foi estabelecida em 1889 no Congresso da Internacional Socialista, ocorrido em Paris, que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa. Ao escolher 1º de maio como Dia do Trabalhador, os participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários dos Estados Unidos. Três anos antes, os americanos organizaram uma campanha por melhores condições de trabalho, fazendo mais de 1,5 mil greves em todo o país. Uma das principais reivindicações era a garantia da jornada de oito horas diárias.
Do ANDES-SN
Com informações e imagens de CSP-Conlutas, Aduff-SSind, Adufpa-SSind, Adufs-SSind, Aduneb-SSind, Sinduece-SSind e Sul 21.