Os três segmentos que formam a UFPB vão estar unidos nesta quarta-feira (18/11) em defesa da autonomia universitária e contra a intervenção, na instituição, de um reitor não eleito. Professores, servidores técnico-administrativos e estudantes irão realizar um grande ato público para protestar contra o ataque do presidente Jair Bolsonaro, que ignorou a vontade popular expressa na consulta eleitoral realizada no mês de agosto.
A concentração ocorrerá. a partir das 16h, na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, em João Pessoa. Depois, os manifestantes vão seguir em caminhada até a reitoria do campus I da UFPB. Em respeito aos protocolos sanitários, a organização do movimento pede que os participantes estejam de máscara e levem álcool em gel.
Por decisão da assembleia de professores realizada em 13 de novembro, no dia do protesto não haverá atividades docentes na instituição, apenas ações de mobilização em defesa da democracia e da autonomia universitária. A organização do ato público está sendo feita pela ADUFPB, pelo Sintespb e pelo DCE, por meio do Comitê de Mobilização contra a Intervenção na UFPB.
“A ADUFPB convoca todos os professores e todas as professoras a participarem desta atividade e defenderem o princípio básico da autonomia universitária. Se não puderem estar presentes em razão dos cuidados com a pandemia, apoiem pelas redes sociais, posicionem-se, expliquem à comunidade o que está acontecendo na UFPB, compartilhem o material de divulgação produzido pelo sindicato. É preciso que a categoria esteja unida para quem mostremos que a UFPB não vai aceitar essa intervenção!”, comenta o professor Fernando Cunha, presidente da ADUFPB.
Intervenção na UFPB
No dia 26 de agosto deste ano, a comunidade universitária elegeu as professoras Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega para os cargos de reitora e vice-reitora, respectivamente. O resultado da consulta eleitoral, que contava ainda com outras duas chapas, foi encaminhada ao Colégio Eleitoral, responsável por formar a lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação.
Em reunião no dia 10 de setembro, os membros do colégio votaram nas três chapas concorrentes. A chapa 2, vencedora da consulta eleitoral, teve 47 votos e ficou em primeiro na lista tríplice. A chapa 1, dos professores Isac Medeiros e Regina Celi, teve 45 votos. A chapa 3, de Valdiney Gouveia e Liana Albuquerque, não recebeu nenhum voto.
Contrariando a tradição democrática nas instituições federais de ensino, o presidente da República optou por nomear justamente os candidatos sem votos para administrar a UFPB pelos próximos quatro anos.
Ataque é nacional
O desrespeito ao princípio da autonomia universitária tem sido uma das marcas do governo Bolsonaro. Além da UFPB, outras 15 instituições federais de ensino sofreram intervenção desde o início de 2019. Na semana passada, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo seja obrigado a nomear o indicado mais votado das listas tríplices.
Fonte: Ascom ADUFPB