MARCOS A. R. DE BARROS
Professor Universitário
marcospesquisa@yahoo.com.br
Estamos assistindo ao mais espúrio quadro de improbidade administrativa no país, quando parte das elites promovem grande espetáculo de acusações, a coroação da corrupção, a farra com o dinheiro público, o que vem determinando, paulatinamente, o descrédito e a falência das instituições públicas brasileiras. Basta consultar os jornais e revistas, bem como, assistir aos discursos que ocorrem frequentemente no Senado brasileiro. É bem verdade que, as exceções existem, mas, torna-se difícil separar o “joio do trigo”.
Enquanto grupos se digladiam publicamente, o governo sonega os direitos dos trabalhadores, dos professores do ensino básico, bem como dos docentes da universidade pública brasileira. Até aqui os últimos governos não fizeram outra coisa, senão, a inchação das universidades e o achatamento dos salários dos professores e funcionários.
A universidade brasileira está em greve por tempo indeterminado, esperando que o governo se digne discutir e aprovar a carreira docente do ensino superior. Esse é um antigo pleito reivindicado, pleito que já se arrasta por muito tempo. Sabe-se que a educação neste país, nunca foi prioridade, mesmo assim, acreditávamos que, com a ascensão do atual governo, alcançaríamos um patamar superior, na promoção da qualidade da educação brasileira. Não foi assim. E agora, estamos assistindo, realmente, à sistematização de um massacre, com o aviltamento dos salários dos professores e a falta de condições de trabalho para o incremento do ensino de graduação, da pesquisa e da extensão.
Sabe-se também que investir em educação é o caminho certo para a formação de um belo corpo social, e, consequentemente para o soerguimento do país.
É perfeitamente compreensível que este país ainda sofra o ranço sistêmico das sucessivas oligarquias colonialistas, que se sucederam até os dias atuais. Assim, nasceu o Brasil, compelido por um processo de domesticação e, com a escravidão dos índios e africanos, completou-se o aparato impositivo-exploratório.
No processo burocrático brasileiro, são impressionantes e, até certo ponto, patológicos, as injunções perpetradas contra o povo em greve; lutadores e lutadoras, trabalhadores, estudantes, professores, artistas e intelectuais conscientes.
O Plano Nacional de Educação no Brasil (PNE) nunca foi levado a sério, como mostra o professor GHIRALDELLI Jr. em seu livro intitulado “HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO”, que o (PNE) de 1934 do Ministro Gustavo Capanema, da Educação, foi uma “temeridade”. Assim diz um poeta da Educação:
“O Plano Nacional da Educação / Teve bases fascista-clericais / Foi o ministro da Educação / Com seus falsos ideais / Traiu professores, produziu violação. / O ministro Capanema da Educação / Ao homologar o plano que queria / Disse aos brasileiros sem emoção: Ensinemos o brasileiro a ser humilde e miserável para sentir a eternidade”.
Recentemente, o atual governo brasileiro tenta, miseravelmente, submeter através do novo PNE, o desmonte e a precarização da Educação, negando e reduzindo verbas.
Estamos participando da maior greve deste país; basta ver a convergência de pensamentos e lutas por uma educação livre e soberana. Nossa luta é global e assume dimensão continental.